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Pobre Pardalinho

Page history last edited by Inpi 12 years, 8 months ago

Pobre Pardalinho

Oh! Pobre Pardalinho!

     Henrique Gaspar possuía a casa mais linda das redondezas. Ninguém sabia onde ele ia buscar aquilo – árvores com flores cheirosas, relva lisa coo carpete, uma piscina qu parecia um espelho. Aos fins de semana, quem passasse pr perto ouvia assim  - “Ahuf! Ahuf! Ahuf!” . Era o Henrique Gaspar a cavar as plantas. Não fazia outra coisa. Mal terminava os seus afazeres domésticos, ia logo trabalhar no jardim .

     Ora certo dia de primavera, estava ele precisamente a podar uns arbustos quando reparou num pequeno molho de penas que se movia. Era um molhinho cinzento pousado no chão, que parecia respirar, ali mesmo junto a uma abade roseira.

     “O que é isto?” – perguntou Henrique Gaspar, pondo os óculos de ver ao perto. Mas logo se endireitou, todo arreliado.

     “Oh! Mais um! O estupor dum pardal!”

     É preciso dizer que nem sempre Henrique Gaspar tinha bom génio. Como se sabe, ninguém é perfeito. Ora precisamente, se havia coisa com a qual ele embirrava era com pardais. Gostava de cotovias, melros, pintarroxos, rouxinóis e outros de que nem sabia o nome, mas de pardais, isso não. Detestava esses pássaros, que dizia terem as penas enxovalhadas, cinzento encardido, além de serem, de entre todos os pássaros, os mais  irrequietos, os mais glutões, os mais atrevidos. 

 

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